terça-feira, 27 de maio de 2008

Lula rechaça pressões sobre Amazônia

Com um discurso marcado por ataques aos países desenvolvidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou ontem as pressões internacionais sobre a Amazônia, reafirmou que o Brasil é o dono da região e conclamou os brasileiros a defender os biocombustíveis nos debates sobre energia e meio ambiente.

Segundo Lula, a Amazônia pertence "ao povo brasileiro" e deve ser preservada, mas seus habitantes também têm direito ao desenvolvimento e aos bens disponíveis para os moradores de outros pontos do País.
Sem citar os Estados Unidos, o presidente afirmou que o Protocolo de Kyoto (acordo mundial para limitar as emissões de gases-estufa), sem apoio de quem deveria referendá-lo - os EUA não assinaram o tratado - "já faliu". As nações mais ricas, porém, lembrou, tentam responsabilizar a América Latina pela poluição mundial.
Donos

"Eu queria aproveitar para dizer aqui que o mundo precisa entender que a Amazônia brasileira tem dono", disse Lula, sob aplausos, em discurso na abertura do 20º Fórum Nacional, na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"E o dono da Amazônia é o povo brasileiro. São os índios, são os seringueiros, são os pescadores... Mas também somos nós, que somos brasileiros e temos consciência de que é preciso diminuir o desmatamento sim, é preciso diminuir as queimadas sim. Mas também temos consciência de que precisamos desenvolver a Amazônia.

Lá moram quase 25 milhões de habitantes, que querem acesso aos bens que temos aqui no Rio de Janeiro, em São Paulo, ou em qualquer outro lugar. Por que essas pessoas têm que ficar segregadas?"
Protocolo

Lula declarou que o debate sobre a Amazônia dominará as duas próximas décadas. "É muito engraçado que os países que são responsáveis por 70% da poluição do planeta agora fiquem de olho na Amazônia, na América do Sul, como se fosse apenas nossa a responsabilidade de fazermos o que eles não fizeram durante todo o século passado", declarou.

"O Protocolo de Kyoto já faliu. Foi muito bonito assinar, maravilhoso, todo mundo assinou... Agora, quem tinha que tomar medidas para cumprir o Protocolo de Kyoto nem referendou. Fomos nós que referendamos."

Segundo o presidente, com a utilização de 100% de etanol o Brasil conseguiu "tirar do ar" 800 milhões de toneladas de CO2 Entre os presentes à cerimônia, estavam o embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, e jornalistas estrangeiros, entre eles o norte-americano Roger Cohen, do New York Times, convidado para o fórum.

Na semana passada, o jornal dos EUA publicou reportagem cujo título era: "De quem é a Floresta Amazônica"?
Biocombustíveis

O presidente indicou ainda considerar as críticas que têm sido feitas aos biocombustíveis, como supostos causadores da alta internacional de preços dos alimentos como uma orquestração contra o País. E disse que o Brasil tem pela frente um "grande embate", justamente o do biocombustível e da energia renovável.

Lula afirmou que o Brasil promoverá, em 20 e 21 de novembro, em São Paulo, um "grande evento internacional" sobre o tema, para o qual quer convidar "todos os especialistas" para debater o assunto. "O Brasil não teme esse debate", afirmou o presidente. "Ao contrário, deseja travá-lo com seriedade. Confia nos seus argumentos.

E não se assusta com campanhas orquestradas. Por isso mesmo, na semana que vem, estarei em Roma, na Conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) sobre Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Bioenergia, para defender nossos pontos de vista e para falar sobre nossa experiência vitoriosa na produção simultânea de alimentos e etanol."

Lula disse ainda considerar uma "extraordinária oportunidade" para o País o chamado a todas as nações para que adotem medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono pelo uso mais intenso de técnicas de conservação e adoção de energias renováveis, de bioenergias e de biocombustíveis. Mas fez outra advertência, também marcada por críticas ao Primeiro Mundo.

"Para o Brasil aproveitar essa extraordinária oportunidade, é preciso enfrentar preconceitos arraigados e lobbies poderosíssimos nos países desenvolvidos. Segundo ele, os adversários só serão vencidos após intenso debate público. "O Brasil oferece ao mundo o etanol", afirmou.

"Mostramos a todos a alta eficiência, em custo e produtividade, do etanol de cana frente a outras formas atualmente disponíveis de etanol. "Para o presidente, não é correto afirmar que a produção dos biocombustíveis prejudicará o cultivo de alimentos, pelo menos em território brasileiro.

Fonte: Tribuna da Imprensa

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Mangabeira Unger não quer a Amazônia apenas como "vitrine" para "deleite da humanidade"

- Coordenador do Plano da Amazônia Sustentável, Mangabeira Unger declarou-se contrário à idéia de manter a floresta como santuário "para o deleite da humanidade".

(Jornal do Brasil - Sinopse Radobrás)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Minc: "A Amazônia é nossa"

- O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reagiu aos ataques sobre a internacionalização da Amazônia.

"É e será nossa", disse, ressaltando que cabe ao país protegê-la para a floresta "não virar carvão".

Depois de conversar no Palácio do Planalto, Minc afirmou ter apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para montar uma guarda nacional ambiental.

Lula descartou a presença militar na defesa da floresta.

domingo, 18 de maio de 2008

'De quem é a Amazônia, afinal?', diz 'NY Times'

18/05/2008 - 08h01


Uma reportagem publicada neste domingo no jornal americano The New York Times afirma que a sugestão feita por líderes globais de que a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país está causando preocupação no Brasil.

No texto intitulado "De quem é esta floresta amazônica, afinal?", assinado pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro Alexei Barrionuevo, o jornal diz que "um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território".

O jornal cita o ex-vice-presidente americano Al Gore, que em 1989 disse que "ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós".

"Esses comentários não são bem-aceitos aqui (no Brasil)", diz o jornal. "Aliás, eles reacenderam velhas atitudes de protecionismo territorial e observação de invasores estrangeiros escondidos." Acesso restrito O jornal afirma que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta aprovar uma lei para restringir o acesso à floresta amazônica, impondo um regime de licenças tanto para estrangeiros como para brasileiros.

"Mas muitos especialistas em Amazônia dizem que as restrições propostas entram em conflito com os próprios esforços (do presidente Lula) de dar ao Brasil uma voz maior nas negociações sobre mudanças climáticas globais - um reconhecimento implícito de que a Amazônia é crítica para o mundo como um todo", afirma a reportagem.

O jornal diz que "visto em um contexto global, as restrições refletem um debate maior sobre direitos de soberania contra o patrimônio da humanidade".

"Também existe uma briga sobre quem tem o direito de dar acesso a cientistas internacionais e ambientalistas que querem proteger essas áreas, e para companhias que querem explorá-las." "É uma briga que deve apenas se tornar mais complicada nos próximos anos, à luz de duas tendências conflituosas: uma demanda crescente por recursos energéticos e uma preocupação crescente com mudanças climáticas e poluição."

UOL

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A Amazônia, sempre NAÇÃO BRASILEIRA (Helio Fernandes)

De farda ou de toga

Orgulhosamente esta Tribuna da Imprensa colocou a Amazônia na frente de todos os acontecimentos. Enquanto jornalões e televisões criavam o que chamavam de "clamor nacional" por causa de um assassinato, cruel e covarde, sem dúvida, mas nada mais do que um crime, movimentávamos um dos mais importantes problemas nacionais. E provocávamos o CLAMOR NACIONAL PELA LIBERDADE.

Inicialmente este repórter deu dimensão histórica ao primeiro pronunciamento do general Augusto Heleno, comandante da Amazônia. Essa fala foi quase ignorada, mas provocou a entrevista magistral no "Canal Livre" da Bandeirantes, que esta Tribuna destacou com toda a grandeza e desprendimento.

Por causa da cobertura desta Tribuna, surgiu o Seminário do Clube Militar, quando então o general Augusto Heleno se jogou inteiro na defesa da NAÇÃO BRASILEIRA contra a NAÇÃO IANOMÂMI. Afirmando que a situação da Amazônia era "CAÓTICA E LAMENTÁVEL", o comandante deu dimensão exata do que ocorria por lá. Confusão estranha e inesperada, o comandante da Amazônia queria apenas mostrar o que havia de perigoso na região.

Enquanto isso acontecia aqui, o repórter Carlos Newton, num trabalho altamente profissional, descobria e publicava o que ninguém sabia: a ONU votava a CRIAÇÃO de 216 NAÇÕES NA AMAZÔNIA. Foi um furo espetacular, ressaltando o fato dos diplomatas representantes do Brasil terem ficado em silêncio. E mais grave ainda: TEREM VOTADO CONTRA O BRASIL. E o presidente Lula, que pretendia punição, nem tomou conhecimento da displicência criminosa dos nossos representantes na ONU.

Esta Tribuna continuou na movimentação, publicou artigos dos maiores especialistas em Amazônia. Vários do almirante Gama e Silva, do general Lessa, do general Gilberto Figueiredo, todos comandantes da Amazônia, defensores do interesse nacional, lutadores do bom combate.

A seguir, este repórter despe a farda e veste a toga, continuando nas trincheiras do combate e nos subterrâneos da Liberdade. Enquanto muitos lutam de coração aberto, outros preferem o boato, o sussurro, a intriga, como se a saída ou a solução para tanto heroÍsmo em defesa da NAÇÃO BRASILEIRA fosse a perseguição.

No Supremo, este repórter descobre que existem 23 ações sobre a Amazônia a serem julgadas. Desencavando vem a revelação, que, publicada, provocou uma enorme repercussão. Dessas 23 ações, uma delas tinha como relator o ministro Ayres Brito, e que essa ação já estava para ser julgada.

10 dias depois dessa descoberta, uma outra tão favorável quanto a outra: o ministro Ayres Brito terminava seu voto, entregava-o ao presidente Gilmar Mendes para colocá-lo na pauta de votação. O que pode acontecer na quarta-feira, dia 21 (sessão plenária), já que quinta-feira, dia 22, é feriado.

A decisão dessa primeira ação influenciará na certa as outras 22, todas têm a mesma origem e convicção. E conhecendo como conheço o ministro Ayres Brito, pelo seu passado e pelas coisas nas quais acredita, já podemos soltar rojões e foguetes, dando início à festa da LIBERTAÇÃO.

PS - E sem nenhuma dúvida, também pelo que sei do Supremo, nenhuma hesitação. A AMAZÔNIA NAÇÃO BRASILEIRA será vencedora por 8 a 3. Se eu me enganar num voto, o resultado será então 7 a 4. A decepção de 1 voto, mas sem alteração.

PS 2 - Infelizmente essa primeira ação sofrerá um atraso na votação. Foi o próprio ministro Ayres Brito que fez a revelação, numa entrevista.

Fonte: Tribuna da Imprensa

terça-feira, 13 de maio de 2008

Lula: Amazônia terá R$ 1 bilhão

Verba será usada para recuperar áreas degradadas, reflorestamento e regularização ambiental

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva no seu programa semanal de rádio fez uma análise do recém lançado Plano Amazônia Sustentável (PAS) e disse que o governo tem R$ 1 bilhão a ser usado para recuperar áreas degradadas, reflorestamento e regularização ambiental. "Também vamos dar apoio à comercialização de produtos do extrativismo, incluindo eles na política de garantia de preços mínimos.

Nós vamos ainda treinar 4 mil profissionais de assistência técnica para atender numa fase inicial 100 mil produtores rurais", afirmou. Segundo o presidente, "vamos também estabelecer a criação de um Cadastro Ambiental Rural. Isso é importante, o produtor só terá acesso ao crédito, fomento e assistência técnica se ele fizer parte desse cadastro.

Portanto, nós estamos chamando todos à responsabilidade porque não é um problema apenas do Governo Federal, é um problema de todos nós. E, por último, as ações de governança ambiental". Lula anunciou também que, entre as ações de governança ambiental, se prevê a liberação pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 500 milhões para investimentos em melhorias no processo de licenciamento, gestão territorial, elaboração e implementação do zoneamento."

Nós temos consciência, que o PAS vai ser uma revolução no tratamento que o Governo vai dar para o desenvolvimento da Amazônia", explicou o presidente.

Fonte: Tribuna Online