sexta-feira, 25 de janeiro de 2008




BRASÍLIA - A criação de um "Tribunal Internacional da Amazônia", com participação de todos os países amazônicos, é a proposta do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, para combater o desmatamento na região.

"Permitir que a Amazônia seja arrasada como vem acontecendo a passos largos é cometer um crime contra a humanidade", afirma Brito, de acordo com nota divulgada pela Assessoria de Imprensa da OAB.

A nota informa que o Conselho Federal da entidade pretende promover ainda este ano um grande encontro para discutir as questões da Amazônia e a criação do tribunal internacional, em busca de "soluções definitivas para que este patrimônio do Brasil e da humanidade não desapareça".

O tribunal internacional, segundo Britto, serviria para pressionar os países da região para que adotem políticas públicas de preservação. A idéia, de acordo com os assessores da OAB, é a de criação de um tribunal permanente.

Imprimir Indique para um amigo Governador e prefeitos contestam números do Inpe

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica01

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/2008/01/15/ult4469u17348.jhtm

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Banco Mundial pode estar ajudando a desmatar Amazônia, diz ONG

14/01/2008 - 18h12

Um relatório divulgado pela ONG Amigos da Terra - Amazônia Brasileira diz que o Banco Mundial (Bird) pode estar colaborando com o desmatamento da Amazônia ao financiar projetos de pecuária na região sem analisar com cuidado os efeitos que eles podem ter.

"Organizações como o IFC (International Financial Corporation, ou Corporação Financeira Internacional) do Banco Mundial promovem a expansão do abate em áreas vulneráveis da Amazônia, sem sequer estudar os impactos na maioria das regiões afetadas", diz o relatório, intitulado O Reino do Gado - Uma Nova na Pecuarização da Amazônia Brasileira.

O documento, divulgado no domingo, traça um perfil da pecuária na região da chamada Amazônia legal (área que engloba nove estados brasileiros que abrigam a Bacia amazônica e que possuem em seu território trechos da Floresta Amazônica) e, além de criticar o Banco Mundial, critica o governo por não adotar medidas que impeçam o avanço da pecuária na Amazônia, que "representa uma das principais forças motrizes do desmatamento e das queimadas na região".

"A pecuarização da Amazônia se intensificou de maneira sem precedentes nos últimos cinco anos e o fenômeno requer uma atenção nova e especial, em qualidade e em quantidade, por parte das autoridades governamentais, da cadeia comercial de instituições financeiras, cientistas e organizações da sociedade civil." "Expansão da fronteira" Segundo o relatório, em 2007, pela primeira vez, "a Amazônia Legal passou da marca histórica de 10 milhões de abates bovinos, com um aumento de 46% em relação a 2004." O avanço ajudou a consolidar o Brasil como o maior exportador e o segundo maior produtor mundial de carne bovina. A Amazônia é a região do país que concentrou o crescimento da pecuária nos últimos anos. O documento indica que, entre dezembro de 2003 e dezembro de 2006, 96% do aumento registrado no rebanho brasileiro foi em gado da Amazônia.

Mas o crescimento aparentemente não ocorreu simultaneamente à adoção de medidas que poderiam amenizar o impacto da atividade econômica sobre a mata, segundo a Amigos da Terra.

"Falta de investimento na recuperação de pastagens degradadas e falta de foco na pequena produção impedem que práticas de sustentabilidade saiam do papel", diz o documento.

Nas suas conclusões, o relatório sugere a adoção de diversas medidas, como "a proibição de novos assentamentos rurais ou de regularização fundiária de ocupações recentes", ou o "zoneamento agro-ambiental ou ecológico-econômico". "Até o momento, no entanto, estes mecanismos não têm sido objeto de implementação." O relatório também diz que um programa de aproveitamento de áreas alteradas, que consta de um plano do governo para combater e prevenir o desmatamento, não saiu do papel.

"Dessa forma", diz o relatório, "a realidade tende a reproduzir o modelo da expansão da fronteira".


http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2008/01/14/ult4904u392.jhtm

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Botos sedutores


Estudo de três anos com mais de 6 mil grupos de botos tucuxi no Amazonas comprova que machos presenteiam e cortejam fêmeas (foto: T.Martin
07/01/2008



Por Michelle Portela, de Manaus*

Agência FAPESP – O imaginário amazônico cultiva a lenda do boto como um patrimônio. Quem nasce na região cresce ouvindo que eles saem da água, transformam-se em homens, usam chapéu para esconder um orifício na cabeça e seduzem jovens donzelas.

Agora, pesquisadores acabam de comprovar a lenda, pelo menos no lado da sedução. Segundo estudo feito por Vera Maria Ferreira da Silva, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), e Tony Martin, do Serviço Antártico Britânico, essa é a arma usada por botos para conquistar fêmeas.

A corte registrada pelo Projeto Boto revela o segundo caso de comportamento cultural dessa espécie de cetáceo em todo o mundo. Os pesquisadores estudaram durante três anos o comportamento de 6 mil grupos de botos tucuxi (Sotalia fluviatilis) na região da reserva de Mamirauá, no município de Tefé, oeste do Amazonas.

O Projeto Boto é desenvolvido no âmbito de um projeto maior, o Estudo da Biologia e Conservação da Mastrofauna da Amazônia, no Inpa. Conta com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do próprio Inpa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Boticário, do Programa Ipê e da Petrobras.

Os pesquisadores identificaram que, em mais de 200 dos grupos, os golfinhos de água doce transmitiam práticas culturais de geração a geração. “Foi aí que percebemos que essa cultura estava associada à atividade sexual”, disse Vera.

Em cada grupo, pelo menos um boto carregava objetos no bico para presentear a fêmea, sempre em idade adulta e pronta para a reprodução, tais como plantas ou pedaços de pau.

“Era forte a sugestão de que se tratava de um comportamento sexual. A ocorrência de agressões entre machos era até 40 vezes maior do que nos grupos de botos que não ofereciam objetos às fêmeas”, afirmou a pesquisadora.

Os resultados da nova pesquisa foram divulgados inicialmente pela New Scientist, em 6 de dezembro, e apresentados em seguida durante encontro sobre golfinhos de água doce na África do Sul com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Segundo Martin, até hoje apenas em humanos e chimpanzés foi observado comportamento semelhante. “Isso é tão incomum que muitos colegas se mostraram céticos na primeira vez que sugerimos a idéia, mas agora a evidência é enorme”, disse à New Scientist.

*Repórter da Agência Fapeam


http://www.agencia.fapesp.br./boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=8252