Jornalista Helio Fernandes
"Poderosos do mundo querem a Amazônia".
Sua tenacidade na defesa da causa "Amazônia", que acredito, tenha abraçado desde sempre, é invejável.
Indago-me: por que nossas "autoridades", se mantêm tão indiferentes à importância da mesma, mas se mostram tão "mobilizadas" na defesa de tantas outras, "alienígenas".
Recentemente, de um palanque plantado na longínqua Amazônia colombiana, na cidade de Letícia, fronteira terrestre com nosso País, o presidente Lula participou de gigantesca comemoração pela data nacional do País amigo, com espetacular mobilização também contra a ação terrorista das FARC. O evento realizado em âmbito nacional foi acompanhado de manifestações semelhantes também na Espanha e na França.
Instado a falar de improviso, nosso guia bradou impávido um verso do Hino da Proclamação da República; "liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós".
Talvez os guerrilheiros seqüestradores atendam ao apelo e libertem os reféns indefesos, os únicos privados da mesma...
Enfim, um marketing sensacional, definindo bem a posição da Colômbia, política e geograficamente, no cenário mundial.
Outrossim, assistindo a outro espetacular show, este na capital alemã, durante a visita do candidato Obama, representante da maior potência mundial, odiada e criticada nos quatro cantos do mundo, perplexa, dialoguei com minha sombra.
O palco, a maravilhosa Berlim, renascida gloriosamente, não exibia o mais leve vestígio de mazelas recentes: a chaga do nazismo, o Holocausto, a cruel STASI da antiga RDA etc. O enfoque do discurso do candidato visou unicamente os anseios utópicos de toda a humanidade. No mínimo, foi uma peça de oratória genial, sem comprometimentos com o passado, visando tão-somente o futuro.
No Brasil, sem terrorismo político, em plena democracia, sob a égide da Liberdade completa, somos incapazes de nos unir e mobilizar em defesa de um tesouro inestimável, inconscientes que somos.
Encontro apenas uma resposta para esta deficiência, justamente a que abordei de outra feita: a baixíssima auto-estima, adubada pela importação diuturna de valores estranhos à nossa formação sócio-cultural-étnica, além da falta da Educação como valor primordial. Nosso hino nacional, só é lembrado, muito mal, diga-se de passagem, durante as Copas mundiais. Poucos das novas gerações conseguem cantá-lo inteiro, como se sabe.
Quem sabe seriam úteis alguns rudimentos da matéria "Moral e Cívica", outrora obrigatória nos currículos, hoje considerada "lixo autoritário"?
Magdala Domingues Costa
magivar@uol.com.br
Olho gordo na Amazônia
Prezado Jornalista Helio Fernandes;
Com referência a sua recente matéria do 29/07/2008, a qual parabenizo-lhe tanto essa como as demais, pois trata-se de uma fonte de informação concreta e serve também de ALERTA quando se trata da ganância externa pela exploração da NOSSA AMAZÔNIA. Não é de se admirar que aqueles senhores cosmopolitas das nações do "primeiro mundo" almejam ao controle sobre a iléia, afinal, por possuir uma biodiversidade de 6,6 milhões de km2 (que abrange nove países sul-americanos) e comporta quase todos os países da europa exceto a União Soviética; 1.200 espécies de aves, enquanto Estados Unidos e Canadá juntos só têm 700; mais de 2 mil qualidade de peixes e toda Europa, apenas 200. E assim se retrata todo esse mundo cuja maior parte inserida no território brasileiro é cobiçado pelo olho gordo estrangeiro, porém obstado por nós, eternos combatentes da terra brasilis...
Ricardo Camara
ricardo.camara@bol.com.br
Amazônia dos outros
Jornalista Helio Fernandes
Fico envergonhado de me dirigir publicamente aos leitores para revelar, confirmar e reconhecer: a Amazônia não é nossa. Geograficamente até pode ser, mas em todo o resto pertence ao mundo, que tem suas vistas voltadas para cá, e dizem abertamente que o Brasil não pode ser dono de todo esse pulmão do mundo. Destroem o meio ambiente na busca de mais lucros, e dizem que nós não temos capacidade para explorar a Amazônia. E agora não apenas envergonhado mas também revoltado, reconheço: não temos mesmo capacidade para transformar o Brasil em potência, apenas explorando a Amazônia.
Alvaro Campelo
alcampelox@com.br
PS - A grande preocupação do Brasil já foi o petróleo, agora é a Amazônia. No momento em que chegamos à condição de potência petrolífera, produzindo mais e com mais reservas do que a Arábia Saudita, todos os temores, preocupações e sustos, se transferem para a Amazônia.
Só que com o petróleo, dizia e decretavam: "NÃO HÁ PETRÓLEO NO BRASIL". Com a formidável campanha do PETRÓLEO É NOSSO e a obsessão da afirmação de que todos os países limítrofes do Brasil tinham petróleo, menos o Brasil, viramos o placar, hoje assombramos o mundo.
Agora temos que fazer o mesmo com a Amazônia, que corre dois riscos.
1 - A ação internacional-multinacional-globalizante quer toda aquela formidável região e sua espantosa riqueza.
2 - O inacreditável DESPREZO-DESINTERESSE-DESESPERANÇA dos próprios governos. Está na hora de uma campanha igual à do petróleo, até com a mesma motivação: "A AMAZÔNIA É NOSSA". No momento em que até a pesca recebeu um ministério, por que não criar o MINISTÉRIO DA AMAZÔNIA?
(Recebemos centenas e centenas de comunicações sobre a Amazônia, selecionamos os três acima. Outros órgãos de comunicação devem receber o mesmo, é o momento da INDEPENDÊNCIA, LIBERDADE, ENRIQUECIMENTO).