Demétrio Weber
BRASÍLIA - A nova ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comemorou nesta quinta-feira uma redução de 51% no desmatamento da Amazônia, entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são do Deter, sistema de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cuja finalidade é alertar as equipes de fiscalização em terra para coibir a devastação. Segundo a ministra, os dados preliminares indicam tendência de queda, o que poderá levar o país a atingir mais cedo as metas de diminuição do desflorestamento, cujo objetivo maior é chegar a 2020 com queda de 80% nos índices registrados entre 1996 e 2005.
- Há uma tendência de antecipar as metas que o governo brasileiro estabeleceu - disse Izabella, em entrevista coletiva.
O Deter informa que 1.352 quilômetros quadrados foram destruídos na Amazônia entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010. Nesses mesmos meses de 2008 e 2009, a devastação havia derrubado 2.781 quilômetros quadrados de floresta.
Por causa da forte presença de nuvens na Amazônia, o satélite não captou imagens em dezembro. Em janeiro, o sistema detectou 23 quilômetros quadrados de destruição ( - 90% em relação a janeiro de 2009); em fevereiro, a área destruída chegou a 185 quilômetros quadrados (mais 29% em relação a fevereiro de 2009). O nível de desmatamento de fevereiro é o mais alto verificado pelo Deter desde outubro, que teve 175 quilômetros quadrados de devastação.
O Mato Grosso foi o estado com maior área desmatada: 143,39 quilômetros quadrados, entre dezembro de 2009 a fevereiro de 2010. Na comparação com o período do ano anterior, houve queda de 54%. O levantamento divulgado ontem, porém, não contém dados de dezembro de 2009, o que faz aumentar a redução. Roraima foi único estado a apresentar maior área desmatada: 26,85 quilômetros quadrados, 82% a mais do que no período anterior.
O sistema Prodes, que é considerado mais confiável do que o Deter, divulga anualmente um balanço do desmatamento no período de agosto a julho. A estimativa do Prodes é que, de agosto de 2008 a julho de 2009, tenham sido destruídos 7.008 quilômetros quadrados de floresta. Se confirmado, esse número está próximo da meta fixada pelo Brasil para 2015, quando o governo espera que a destruição ambiental na Amazônia fique na faixa de 6.500 quilômetros quadrados.