quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Amazônia: novos números mostram que desmatamento aumentou 29%



A Amazônia perdeu 7.989 quilômetros quadrados (km²) entre agosto de 2015 a julho de 2016. Esse é o pior ano no desmatamento na Amazônia desde 2008, quando 12.911 km² de floresta desapareceram no maior bioma do país. A notícia foi divulgada na tarde desta terça-feira (29) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável pelo monitoramento oficial da Amazônia.

O aumento no desmatamento foi de 29% comparado com o mesmo período do ano passado. A área de floresta perdida em 12 meses equivale a cinco cidades de São Paulo. Os dados divulgados hoje ainda são preliminares. O número consolidado deve ser divulgado em meados de 2017 e pode ser 10% maior ou menor.

Estados

Em números absolutos, o aumento do desmatamento está concentrada em três estados: Pará, com 3.025 km², seguido de Mato Grosso, com 1.508 km², e Rondônia, com 1.394 km². Levando em conta a variação da área desmatada entre 2015 e 2016, os estados com piores resultados foram o Amazonas, Acre, Pará e Tocantins. Eles aumentaram o ritmo de destruição de suas florestas em 54%, 47%, 41% e 40%, respectivamente.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Emissão por desmate para de cair no Brasil


Estabilização ocorreu após 2010, indica análise de dados do SEEG lançada pelo Observatório do Clima; setor ainda é o que mais emite gases de efeito estufa na economia nacional.
Após uma queda expressiva entre 2005 e 2010, as emissões por desmatamento no Brasil mantiveram o mesmo patamar até 2014: cerca de 0,82 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e) por ano. As informações vêm de uma análise inédita dos dados do SEEG (Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, realizada pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que acaba de ser lançada. Elas acendem uma luz amarela sobre os compromissos de redução de emissões por desmatamento no Brasil, que precisarão de estratégias aprimoradas para que possam ser cumpridos.
De acordo com novos dados, o setor de mudanças de uso da terra emitiu, entre 1990 e 2014, cerca de 56 bilhões de toneladas de CO2e, em sua maioria pelo desmatamento de três biomas: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. A maior fonte foi a derrubada de florestas na Amazônia, responsável por 65% das emissões nacionais por desmatamento no período.
Até 2004, a derrubada de floresta amazônica ocorreu de maneira acelerada, o que se refletiu em mais de 23 bilhões de toneladas de CO2e emitidas entre 1990 e 2004. Diversas ações para conter o desmatamento na Amazônia foram realizadas pelo governo federal em parceria com os governos estaduais e sociedade civil, o que reduziu a média anual de emissões (que foi de 1,57 bilhão de toneladas de CO2 equivalente de 1990 a 2014). No ano de 2014, o setor de mudanças de uso da terra reduziu 13% das emissões em relação a 2013 (0,77 bilhão de toneladas de CO2 equivalente).
Os dados de 2014 do SEEG também foram atualizados à luz da metodologia do Terceiro Inventário Nacional de emissões de gases de efeito estufa, publicado em 2016. O ajuste mostra que o desmatamento ainda é o principal responsável pelas emissões do Brasil, com 42%. Dois Estados, que historicamente revezam entre si o posto de campeões do desmatamento, concentraram metade do total das emissões do país: Mato Grosso (27%) e Pará (23%). Atividades agropecuárias e especulação fundiária, sobretudo no Pará, estão diretamente associadas aos números elevados da região.
“Essa análise mostra que, apesar dos grandes avanços obtidos, a tragédia do desmatamento ainda está longe de ter sido estancada no Brasil. Ao contrário, basta afrouxarmos os controles, como ocorreu com o enfraquecimento do Código Florestal, para que o problema volte”, diz Paulo Barreto, pesquisador do Imazon e co-autor do relatório, juntamente com Amintas Brandão Jr.
Segundo Brandão Jr., os dados reforçam a importância de um reforço às políticas de controle, mas, principalmente, de implementação de estratégias de uso sustentável da floresta. “Nós parecemos ter atingido o limite das reduções de emissões que conseguiríamos obter com as ações de comando e controle. Se quisermos cumprir as metas do Acordo de Paris, precisamos ser ambiciosos e mirar em desmatamento zero”, disse.
O relatório, divulgado anualmente, recomenda a melhoria dos dados disponíveis para cálculo e o aprimoramento das estratégias para reduzir as emissões do setor. Finalizar e validar o registro de propriedades no cadastro ambiental rural; expandir o monitoramento anual/mensal do desmatamento para além da Amazônia, em especial o Cerrado; combater o desmatamento especulativo; ampliar os acordos do setor privado contra o desmatamento; melhorar a cobrança do Imposto Territorial Rural; criar incentivos econômicos para a conservação; e, remover barreiras ao investimento florestal são algumas das ações propostas.
O relatório completo pode ser baixado aqui:
http://seeg.eco.br/analise-de-emissoes-de-gee-no-brasil-1970-2014/
SOBRE O SEEG:
O SEEG é uma iniciativa do Observatório do Clima para realizar a estimativa anual de emissões de gases de efeito estufa no Brasil e que foi recentemente expandida para o Peru e para a Índia. Além do relatório setorial que analisa as emissões de mudança de uso da terra, produzido pelo Imazon, também são produzidos anualmente relatórios sobre agropecuária, pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), energia e processos industriais, pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), e de resíduos, pelo, Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade.

Postado por Carlos PAIM

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Globo Repórter desvenda a
fascinante região do Jalapão

Programa desta sexta (13) explora o deserto das águas e conta
histórias de quem vive neste pedaço isolado no coração do Brasil


Jalapão - o deserto das águas. 

O Globo Repórter atravessa uma das mais fascinantes regiões do Brasil.
Dunas, nascentes, fervedouros. Nosso repórter suspenso no ar. Uma descida de mais de 70 metros revela a beleza do vale encantado.
Quem vive neste pedaço isolado no coração do país?
Ouro - na sua forma mais primitiva. Garimpeiros mergulham 60 metros terra adentro para extrair as pedras. Equipamentos precários e muita coragem para ganhar a vida.
E a arte do capim dourado, que garante o sustento de muitas comunidades.
A magia de uma cachoeira que despenca sobre as rochas e desaparece nas profundezas, para ressurgir muitos metros adiante em forma de rio.
A pedra furada - um limite natural para proteção da natureza.
A criatividade dos agricultores que descobriram como viver dos frutos do cerrado.
O ninho das águias chilenas. O brasileiro que adotou uma cobra. O bicho agora faz parte da família.
As misteriosas descobertas dos exploradores de cavernas. E a sabedoria de Dona Romana - a misteriosa vidente do Tocantins. Mas o que ela vê durante suas orações? 
g1globo
Postado por: Ygor I. Mendes

quarta-feira, 11 de maio de 2016


 Minha foto


          


        



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Postado por: Ygor I. Mendes


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Amazônia extrema: sem chuva, ribeirinhos são obrigados a se adaptar


O clima está mudando na Amazônia. Os eventos extremos, de forte seca ou muita chuva, estão cada vez mais agressivos e as populações locais têm sido forçadas a encontrar novos meios de sobreviver com um clima cada vez menos previsível. No meio da Amazônia paraense, os ribeirinhos das margens do Rio Tapajós são alguns dos mais impactados.

A equipe do InfoAmazonia esteve na região no fim de 2015 e ao longo de uma semana visitou comunidades ribeirinhas e sobrevoou a Floresta Nacional do Tapajós. A estiagem naquele momento fora muito além do normal: 120 dias sem uma única gota de chuva na região.Conheça a plataforma multimídia “Amazônia Extrema''

Edinelson Fonseca, 62 anos, nasceu e foi criado na comunidade do Jamaraquá. Enquanto avista o rio ao longe, sentado na praia, ele conta em tom nostálgico sobre épocas de temperatura mais frescas, árvores frutíferas mais carregadas e os rios mais fartos em peixes.

“Hoje, os peixes nos lagos estão morrendo por causa da água quente. Se é pra pescar aqui no rio, a pessoa tem que ficar uma manhã inteira pra pegar um tucunaré. E às vezes nem pega''.

Para as pessoas que vivem no interior da região, assim como os moradores da bacia do rio Tapajós, é o vai-e-vem das águas que redesenha as paisagens, dita o ritmo do cotidiano e exige diferentes mecanismos de adaptação ao longo do ano. São seis meses de cheia e seis meses de seca, quando a água chega a recuar 100 metros da margem. O índice de precipitação pode variar de zero, nos meses de setembro e outubro, a 700 milímetros no mês de março, em anos de maior variabilidade – como foi 2009, em que se registrou uma grande cheia. As estiagens extremas aumentam as distâncias – dificultando o acesso e o transporte de alimentos –, provocam perdas de lavouras e deterioram a qualidade do ar.

Já as cheias transformam as casas das comunidades de várzea em ilhas de palafita. Quando a água sobe mais do que o previsto, bases de madeira elevam os móveis a alturas cada vez mais próximas ao teto. Pequenas plantações são suspensas e os animais domésticos são levados para a segurança da terra firme. Enquanto isso, muitos dos peixes selvagens deixam o leito dos rios e invadem a floresta alagada, o que dificulta a pesca.

A adaptação à dinâmica das águas é uma realidade para os ribeirinhos, mas as alterações no cenário tem trazido novos desafios. Segundo o doutor em Ecologia, Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), na última seca prolongada, em 2010, 57% da Floresta Amazônica registrou menos chuva que o normal, impondo a necessidade de novas estratégias de sobrevivência na região. A estiagem reduziu as chuvas em uma área de três milhões de quilômetros quadrados da floresta.

Enquanto as pesquisas meteorológicas tentam relacionar as principais causas da alteração dos padrões de temperatura e intensidade de chuvas, a professora de Ecologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Patrícia Pinho, quer entender os reais impactos dos chamados eventos extremos na vida das comunidades tradicionais: “Quando se fala na Amazônia, é comum mencionar o balanço de carbono, a rica biodiversidade e a maior fonte de água potável do mundo, mas precisamos humanizar nosso discurso e lembrar que 30 milhões de pessoas vivem ali”, diz a pesquisadora autora do artigo “Dinâmicas socioecológicas complexas impulsionadas por eventos extremos na Amazônia”.

Em meio a castanheiras de 30 metros de altura, o caminho de Santarém, no Pará, até a comunidade Jamaraquá, na Floresta Nacional de Tapajós, era tomado por um cheiro forte de fuligem oriundo de uma área acinzentada com restos de troncos há pouco carbonizados. Por duas semanas, a fumaça invadiu o quintal de comunidades vizinhas e tomou conta das casas de moradores. Relatos de tosse, ardência nos olhos e dificuldade para respirar tornaram-se frequentes.

O fogo é usado tradicionalmente na Amazônia como uma técnica barata para abrir pastos para o gado ou mesmo áreas de pequenos cultivos. Nos períodos de estiagem, as chamas se alastram com facilidade, avançando sobre unidades de conservação como a Flona Tapajós, deixando comunidades inteiras debaixo da fumaça.

Segundo o climatologista Júlio Tota, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), as causas estão interligadas. “Mudar a floresta para pastagem tem efeito direto e imediato no clima: a temperatura aumenta e as chuvas diminuem”, afirma o cientista. A falta de chuva, por sua vez, torna o clima mais seco e a floresta mais “inflamável”.