quinta-feira, 4 de junho de 2009
Onça pintada de quatro anos de idade que estava ameaçada pelas cheias na região amazônica foi resgatada
Arquivo: Revista Viagem e Turismo
Uma onça-pintada de aproximadamente quatro anos de idade que estava ameaçada pelas cheias na região amazônica foi resgatada de uma comunidade ribeirinha na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas.
A fêmea, apelidada de Janaína, era mantida em uma jaula que, devido ao período de cheias na região, estava alagada. A situação fez com que as patas do animal ficassem bastante feridas.
A onça foi entregue ao Ibama pelos antigos donos no último dia 31 de maio. O animal foi então levado para a 16ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército, na cidade de Tefé, onde ficará em tratamento pelos próximos dez dias.
Depois de recuperado, o animal seguirá de barco para Manaus, em uma viagem que dura aproximadamente 48 horas. De lá, será transferido para Brasília e encaminhado a um zoológico em Uberlândia, Minas Gerais.
Cativeiro
A onça-pintada foi capturada e criada, desde filhote, em uma pequena jaula de madeira por um morador da comunidade Bate Papo, na Reserva Mamirauá.
Quando o criador da onça morreu, em agosto de 2008, seu pai decidiu entregá-la ao Ibama, devido ao comportamento agressivo do animal.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que é cogestor da reserva, a alimentação do animal no cativeiro era composta basicamente por peixes. Em seu habitat natural, a onça se alimenta normalmente de mamíferos de médio e grande porte, aves e répteis.
Em janeiro deste ano, uma onça parda que vivia em cativeiro já havia sido entregue a pesquisadores do instituto. Apelidada de Euzébia, ela foi encaminhada ao zoológico municipal Sargento Prata, em Fortaleza, Ceará. Segundo os técnicos, animais criados em cativeiro dificilmente podem ser reintegrados ao seu habitat original.
"Não é impossível, mas seriam necessários investimentos e esforços por, pelo menos, cinco anos, considerando que um animal dessa espécie vive até 12 anos em cativeiro", disse Maria Carolina Ramos, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, à BBC Brasil.
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