segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Casos de malária caem 31% na Amazônia

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Os casos de malária na Amazônia chegaram a 115.708 no primeiro semestre de 2011, o que representa uma queda de 31% em comparação ao mesmo período de 2010, informou nesta segunda-feira o Ministério da Saúde, Alexandre Padilha. Entre janeiro e junho de 2011, o número de pessoas internadas por causa da doença foi de 2.030, ou seja, 20% a menos que no mesmo semestre do ano anterior, segundo balanço epidemiológico do Ministério.
O número de infecções pelo protozoário parasita mais letal da malária humana, passou de 26.917 nos seis primeiros meses de 2010 a 13.464 em 2011. O Ministério contabilizou um total de 72 óbitos por causa da doença na região em 2010, número que supera as 69 mortes de 2009.
A redução dos casos de malária foi registrada em todas as regiões que integram a Amazônia Legal, uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados distribuída entre os estados de Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima, assim como 98% do estado do Tocantins, 79% do Maranhão e 0,8% de Goiás.
"Os dados positivos são resultado de uma ação integrada, que inclui a intensificação de ações de rotina para o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno de pacientes", disse Padilha, citado em comunicado.
Nesta segunda-feira, com o objetivo de combater a malária, foi lançada uma campanha de prevenção que consiste na distribuição de 1,1 milhão de mosquiteiros com inseticida de longa duração, para exterminar os transmissores da doença.
Na Amazônia Legal, onde se concentram 99% dos casos de malária registrados no Brasil, vivem cerca de 24 milhões de pessoas. Em todo o país, 49 milhões de pessoas vivem em áreas expostas ao risco de contágio.
O ministro pretende fechar o ano com menos de 300 mil casos de malária, meta que qualificou como "ousada", pois a maioria dos contágios acontece no mês de agosto, segundo a "Agência Brasil".
No mundo todo, foram registrados cerca de 243 milhões de casos por ano e 63 mil mortes, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde. A malária é uma doença infecciosa aguda, causada por protozoários parasitários do gênero Plasmodium falciparum e é transmitida através da picada de um mosquito.
EFE
EFE - Agência EFE

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Inpe e Embrapa revelam a ocupação das áreas desmatadas da Amazônia (Postado por Erick Oliveira)

Uma nova metodologia permite entender o que ocorreu com os 18% do que foi desmatado em toda Amazônia. A área de estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), abrange os nove estados da Amazônia Legal e analisa os dados do desmatamento entre os anos de 2007 e 2008.
Chamado de TerraClass, o sistema foi lançado nesta sexta-feira (02) e revela o que aconteceu com a floresta após o desmatamento. A iniciativa partiu de uma solicitação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que queria qualificar o desflorestamento mapeado pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES).
O estudo refina dados já conhecidos, como a ocupação das pastagens dentro das áreas desmatadas. Até 2008, a floresta perdeu por desmatamento o total de 719. 210 km² (uma área quase três vezes o tamanho do estado de São Paulo).
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 70% do que foi desmatado na floresta foi destinado aos pastos. Entretanto, o levantamento aponta que essas áreas correspondem a 62,2%, entre pastos limpos, pastos sujos e pastagens abandonadas.
“Foi a confirmação de algo que já esperávamos, como a grande presença da pecuária dentro das áreas desmatadas”, diz Mauro Pires, diretor do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento da Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente.
Regeneração de área desmatada
A floresta em regeneração foi uma das surpresas positivas do estudo. De acordo com TerraClass existem 150.815 km² de matas secundárias, áreas que, se permanecerem intactas, podem recuperar a biodiversidade natural. O tamanho equivale a sete vezes a área do estado do Sergipe. “O objetivo do programa é fazer um melhor aproveitamento das áreas já degradadas e reconhecer onde podemos recuperar áreas de floresta”, diz Pires.
Com um custo de R$ 600 mil, as pesquisas contaram com apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7), financiado pelos sete países mais ricos do mundo, mais a Holanda e a Comissão Europeia, com gestão do Banco Mundial.
A ideia agora é tentar aplicar a metodologia do TerraCalss paralelamente aos dados do PRODES. “Ainda não temos certeza da verba para essa aplicação, mas, se conseguirmos implementar os dados, vamos poder olhar o desmatamento de forma mais pontual”, afirma Pires. Isso pode ajudar não só no combate da degradação da floresta, como também na criação de políticas públicas para o uso das áreas de pastagens abandonadas, que representam 48 mil quilômetros quadrados.